domingo, 31 de maio de 2015

Após índio ser ferido por tiro, Garras vai a Miranda conter confronto

Índios cercam comércio para impedir abertura

Atentado ocorrido na sexta-feira (29), contra o indígena Jolinel Leôncio Terena e o irmão dele, Josimar, fez com que equipes da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) de Campo Grande fossem até a cidade de Miranda. No local estão a Polícia Civil da região, além da Militar.

Um morador da região que preferiu não se identificar, informou que os índios ficaram de campana em frente de um mercado da cidade desde a noite de ontem, onde o suposto responsável pelo atentado trabalha, para impedir que o local seja aberto.

A rua foi isolada pelos policiais na tentativa de não haver novo confronto. Os índios realizam dança e gritam por justiça. Há informações de que mais indígenas devem se juntar ao grupo ainda neste sábado (30).
 
Prisão
Com a denúncia dos indígenas, a Polícia Civil registrou boletim de ocorrência de homicídio doloso na forma tentada, com intenção de morte, às 21 horas de sexta-feira (29). Os servidores detiveram José do Amaral Gois, de 48 anos, e João Carlos do Amaral Goes, de 47 anos, conhecidos como "irmãos Amaral", por conta das características dadas pelas testemunhas e vítimas do atentado.

Ainda no registro, os agentes informaram que o índio ferido está internado no Hospital Regional de Campo Grande. Porém, os demais ficaram insatisfeitos em não ter acesso aos presos e cercaram a unidade na noite de ontem. Os indígenas chegaram a ameaçar a atear fogo na delegacia, assim como no supermercado.
 
Confronto
De acordo com o Cimi(Conselho Indigenista Missionário), os irmãos e mais alguns indígenas trabalhavam em um roçado dentro dos limites da Terra Indígena Cachoeirinha, quando foram surpreendidos a tiros por indivíduos que estavam dentro de uma caminhonete modelo Hilux, branca. Jolinel foi ferido por um tiro.

A área fica nas redondezas da Aldeia Mãe Terra, nas margens da Rodovia MS-488, que liga a comunidade ao município de Miranda. Jolinel foi levado para um hospital de Campo Grande, pois o projétil ficou alojado no corpo.

Os demais teriam identificado o veículo como de um fazendeiro da região, que teria rixa do grupo. Até o momento não houve prisão e os indígenas reclamam da não realização do boletim de ocorrência e por conta disso, foram até o mercado na tentativa de encontrar o suposto atirador.

Josimar declarou: “estávamos na roça, cuidando de nossa plantação, e ele simplesmente atirou no meu irmão, sem motivo algum, ele sempre faz isso. Este fazendeiro e seus jagunços, com o mesmo carro. Sabemos quem ele é, já avisamos as autoridades, eles atiram sempre, passam sempre por aqui, é todo dia”, conforme informações do site do Cimi.

Os indígenas afirmam que o alvo poderia ser Lindomar Terena, que estava perto do local do atentado. As lideranças terenas informaram que registraram um boletim no MPF (Ministério Público Federal), por considerar que a PF (Polícia Federal) tem acobertado os ataques dos fazendeiros. 



As informações são de Jucyllene Castilho
Fonte: Giselli Figueiredo - da Redação

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