quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Equipe de Dilma promete manter tripé da estabilidade

Abnor Gondim / Theo Carnier
 
BRASÍLIA - A nova equipe econômica, anunciada ontem pela presidente eleita Dilma Rousseff (PT), foi indicada com o compromisso de dar continuidade à política do governo de Lula, baseada no regime de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal.



O anúncio da equipe foi antecipado para "acalmar o mercado", de acordo com uma fonte da equipe de transição, em razão das declarações dadas pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de que só aceitaria continuar no cargo se continuasse com total autonomia. O anúncio completo está previsto para 15 de dezembro.



Os três indicados comprometeram-se, em entrevista coletiva, a controlar os gastos do governo e a manter a autonomia total do Banco Central. São eles: Alexandre Tombini, que assumirá o Banco Central; Miriam Belchior, que vai acumular a pasta de Planejamento com a coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); e Guido Mantega, que permanecerá no Ministério da Fazenda



O economista Tombini reúne características que o fazem admirado tanto pelo mercado financeiro quanto pela ala desenvolvimentista do governo de Lula. Ele declarou que sua missão é perseguir a meta de inflação.



Para eliminar dúvidas sobre a independência do BC na condução da política monetária, Tombini destacou, durante a entrevista, que Dilma assegurou-lhe autonomia operacional total na definição da taxa básica de juros para atingir as metas de inflação predeterminadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Essas metas, 2011 e 2012 são de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.



"Eu tive longas e muito boas conversas com a presidente eleita e ela disse que o Banco Central sob a minha liderança deve continuar perseguindo a meta de inflação", afirmou. "Dilma me disse que, nesse regime, não há meia autonomia: é autonomia operacional total", afirmou.



Segundo o deputado Maurício Rands (PT-PE), Tombini se qualificou no próprio BC como economista, e como diretor bateu recordes. "Isso o qualifica a assumir a presidência", afirmou. Para ele não vai haver grandes mudanças. "O continuísmo é um bom motivo para manter o equilíbrio."



Miriam Belchior, engenheira com mestrado em Administração Pública pela FGV, disse que melhoraria os gastos públicos. "É possível fazer mais com menos, e é isso que vamos perseguir. Seremos parceiros permanentes do Ministério da Fazenda na busca da consolidação fiscal", afirmou.



Ela reconheceu a necessidade de canalizar recursos "sempre inferiores às necessidades" para as prioridades estabelecidas por Dilma para seu futuro governo: "erradicar miséria, melhorar educação, saúde, segurança, combater as drogas e melhorar infraestrutura para o País continuar crescendo", completou.



Belchior é ex-mulher de Celso Daniel, prefeito assassinado de Santo André, mas já não eram casados quando ele foi morto, em 2002. Durante as investigações, Belchior foi denunciada ao Ministério Público pelo irmão do ex-prefeito, João Francisco Daniel, que disse ter ouvido dela e de Gilberto Carvalho, ex-secretário municipal e atual chefe-de-gabinete da Presidência, a ocorrência de um desvio de R$ 1,2 milhão da prefeitura em benefício do PT. Carvalho e Belchior negaram as acusações.



O ministro Guido Mantega disse que vai continuar com a política de que o setor público irá gastar mais em momentos de crise e restringir as despesas em ciclos de crescimento.



"Com a crise mundial, o Estado teve de aumentar investimentos e subsídios para viabilizar a recuperação da economia brasileira. Agora que a crise foi superada, é momento de reduzir gastos", disse.



De acordo com Mantega, a contenção de gastos ocorrerá nas despesas de custeio (manutenção da máquina pública) e nos repasses do Tesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).



Ministeriáveis do PMDB



Atento à composição da nova equipe de governo, o PMDB já escalou a primeira lista de ministeriáveis. Ela é marcada principalmente, pela aspiração da bancada de deputados de ter pelo menos líderes e parlamentares na condição de ministeriáveis.



Dela fazem parte o ex-governador Moreira Franco, o senador Edison Lobão (PMDB-SP), o deputado Mendes Ribeiro (RS), e os deputado Wagner Rossi (atual ministro da Agricultura), Marcelo Castro (PI), Pedro Novaes (MA) e o senador eleito Eduardo Braga (AM). O vice-presidente eleito Michel Temer desistiu da ideia de ocupar a pasta da Defesa, como chegou a ser cotado.



"Dada a importância do partido na vitória de Dilma, acreditamos apenas em duas possibilidades, manter ou ampliar as pastas ministeriais, jamais diminuir", afirmou ao DCI o deputado Marcelo Castro.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Temporal na região de Miranda deixa famílias de índios morando ao relento e sem comida


Eliane Souza

Famílias da aldeia indígena Passarinho, no município de Miranda, ainda são castigadas pela destruição que a chuva do dia 5 de novembro deste mês provocou.

Com fortes ventos, casas ficaram destelhadas, estradas de acesso intransitáveis, árvores caíram sobre moradias. Outro agravante é a falta de alimentos, uma vez que a plantação ficou danificada e há dois meses e os indígenas afirmam que não recebem cestas básicas.

Pelo menos cinco famílias estão ao relento porque suas casas ficaram demolidas, as outras estão com estragos parciais em suas moradias ou montaram barracos de lona com doações de um fotógrafo voluntário, que também é indígena, Marcello Silva, o Marcello Yndio.

“Nenhum órgão governamental trouxe soluções para os problemas da aldeia. Em uma das casas destruídas têm o pai, seis crianças e a mãe que possui Sindrome de Dowm. A situação é de calamidade”, diz.

Na manhã desta segunda-feira, outra forte chuva cai sobre a região e os indígenas sem casa procuram abrigo com aqueles que têm teto, já as doações recebidas (cobertores, colchões, camas) correm o risco de se perderem porque não houve tempo de serem retiradas para outro local.

Das residências destruídas, apenas uma foi construída com recursos estaduais. As demais foram erguidas com recursos dos próprios índios.

Na Aldeia Passarinho moram aproximadamenbte 1800 indígenas da Nação Terena, sendo grande o número de crianças e idosos.

“Depos da chuva do dia 5 umas assistentes sociais da prefeitura visitaram nossa comunidade, mas não voltaram mais”, diz a vice-cacique Lucinete Francisca da Silva, mais conhecida pelos indéganas como Arlete.

O cacique Sandro Quirino da Silva afirma que já procurou os órgãos governamentais que podem ajudar a Aldeia Passarinho, porém não teve respostas positivas.

“Fui até o posto da Funai, procurei a Funasa, prefeitura e até agora nada. Andei também no comércio, pedi ajuda em Ong´s porque eu não tenho bandeira política. Aquele que fizer pelo meu povo é o que será bem vindo na nossa aldeia”, diz.

Cestas

Sandro Quirino confirma que há dois meses a comunbidade não recebe as cestas básicas que são enviadas pelo Governo Federal.

O Governo Estadual fica com a resaponsabilidade de separar os produtos e embalar e também fazer o transporte até as comunidades.

“Talvez seja por causa da eleição que mandaram suspender pra ninguém usar como moeda de troca por voto, mas a eleição já passou. Já passou da hora de mandar denovo porque a fome não espera. A gente não pode esperar a nova presidente assumir o comando do País. Somos seres humanos com necessidades como todo mundo”, apela o cacique.

Sobre as perdas da lavoura, o cacique explica que há muitos anos os indígenas têm plantado pouco porque a população cresce, mas as terras continuam as mesmas.

“A gente planta bem pouco agora. Mandioca, milho, cria alguns animais. A terra a gente não tem pra plantar em maior quantidade e, infelizmente, ficamos dependendo de cestas”, diz.

O líder indígena, que foi escolhido cacique há pouco menos de um mês, também critica a falta de união das próprias comunidades.

“Aqui em Miranda somos maioria da população. Nós, povo indígena, temos que acordar e fazermos representantes políticos para trabalhar por todo mundo: índios e brancos. Do jeito que está vamos sempre ficar a mercê”.

Ajuda
Marcello Yndio

O cacique faz um apelo para o comércio, entidades e autoridades políticas para que auxiliem na arecadação de doações. Os indígenas precisam de roupas, materiais para reconstruírem suas casas e lonas para barracos provisórios e também alimentos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O malfadado retôrno de Paulo Skaf na defesa dos 5% sobre os quais incididirá a nova CPMF e, inimigo dos 95% da população beneficiária com a sua adoção

Estadão, Paulo Skaf, o DEM e o empresariado são contra a CPMF, não pelo imposto em si, mas por causa do seu poder fiscalizador.

Estadão, ventríloquo de Paulo Scaff e, lídimo representante dos empresários, além do DEM (disseminador do ADN da UDN) e, de parlamentares cuja campanha foi financiada por empresas, não querem a volta da CPMF, não pelo mero aumento do imposto (irrisório), mas por causa de que facilita a  detecção dos sonegadores, além de dificultar o uso do Caixa 2.

Ao contrário de Paulo Skaf, o inimigo número 1 da CPMF (vide matéria abaixo), acredito que Dilma apoiará a volta dessa contribuição, acompanhando a maioria dos governadores progressistas e, em desacordo com os conservadores e retrógados (Edson Paim).

Leia a inusitada matéria:

Skaf: 'Não acredito que Dilma apoiará a CPMF'

08 de novembro de 2010 | 14h 38

DAIENE CARDOSO - Agencia Estado
SÃO PAULO - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, negou que tenha enviado um alerta à presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), sobre a recriação da CPMF. Durante Convenção da Indústria Paulista, nesta manhã em São Paulo, ao comentar sobre a possível volta da CPMF, Skaf ameaçou "transformar o sonho de alguns em pesadelo".
Skaf disse que ainda não viu nenhuma manifestação de Dilma favorável ao retorno do tributo e sim declarações de governadores e parlamentares favoráveis a essa contribuição. "Não acredito que ela apoiará a CPMF, nem a CSS, nem qualquer tipo de imposto. Isso seria uma contradição com o que ela pregou durante a campanha", afirmou.
Skaf ressaltou que não tem críticas à presidente eleita e que seu recado foi direcionado a todos aqueles que defendem o retorno do tributo. "Ela (Dilma) não merece ter críticas, merece agora é apoio para promover a reforma tributária e assim o faremos", disse. "No momento eu penso que ela não tem esses sonhos não", complementou.
O representante dos empresários paulistas disse que se a ideia de recriar a CPMF prosperar no Congresso, a Fiesp voltará a mobilizar a sociedade contra o projeto, como fez quando os parlamentares derrubaram o imposto. "Vamos reagir fortemente", avisou. No entanto, ele acredita que a discussão não deve ir adiante porque a sociedade se opõe ao retorno da CPMF. "Acho que não vai ser preciso ir longe com essa história porque é absurdo pensar (no tema) num momento em que acabaram de sair das urnas. Todo mundo sabe muito bem que a sociedade diz não a qualquer nova contribuição."
Para Skaf, como todos conhecem o peso da carga tributária brasileira, ninguém assumirá o ônus de apoiar uma medida impopular. "Nenhum político gosta de ter um pesadelo logo no início de seu mandato", considerou.
Embora seja filiado ao PSB, partido do qual governadores eleitos manifestaram apoio à CPMF, Skaf disse que sua atuação vai além do partido. Segundo ele, muitos deles já começaram a mudar de opinião, como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande. "O peso aí não é de um ou outro governador, o peso é da sociedade", avaliou.
Meirelles
Sobre a possibilidade de eventual saída de Henrique Meirelles do Banco Central no governo Dilma, Skaf não prevê sobressaltos. "A cultura do Banco Central não está na cabeça do Henrique Meirelles. O problema do BC do Brasil é que ele só se preocupa com a moeda", disse. "Ou se muda esse conceito do BC e ele passa a ter a responsabilidade de pensar de forma equilibrada com a moeda, com o desenvolvimento, com o emprego, ou tem de haver políticas para priorizar o desenvolvimento do País", completou.
Skaf lembrou que o País já conquistou a estabilidade econômica, mas que agora é preciso buscar o crescimento constante. "O País tem outros desafios. Não dá para ficar falando só em juros altos", afirmou.
Ele negou que o governo Lula entrará para a história por não ter feito as reformas necessárias ao País, principalmente porque o presidente é bem avaliado pela opinião pública. "Ele (Lula) acertou na maioria das coisas e errou em algumas, ou deixou de fazer outras."
O presidente da Fiesp destacou que as reformas são demandas que precisam de décadas para serem instituídas. "Ele vai ficar na memória como um bom presidente, não quer dizer que seja perfeito."

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Giroto, ex-secretário de Obras, tem campanha bancada por empreiteiros e dinheiro de André

deputado federal eleito (esquerda na foto) disse ter gastado R$ 3 milhões na campanha eleitoral, sendo que R$ 1,6 milhão saiu do bolso de 11 empreiteiros e, segundo ele, R$ 1 milhão da conta bancária de Puccinelli



Celso Bejarano

O deputado federal eleito Edson Giroto, do PR, declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que sua campanha eleitoral consumiu R$ 3.029.400,00, R$ 1.637.000,00 dos quais saíram dos bolsos de empreiteiros que tocam obras aqui em Mato Grosso do Sul.
Antes de estrear na política como o deputado federal mais bem votado nessa eleição, com 147 mil votos, Giroto ocupava a secretaria estadual de Obras.
O eleito contou também com uma generosa quantia doada pelo governador eleito André Puccinelli, do PMDB, que injetou R$ 1.034.150,00, dinheiro emitido em cheques, na campanha de Giroto, segundo dados disponibilizados na internet desde a tarde desta terça-feira pelo TSE.
Do bolso de Girotto, saíram apenas R$ 6 mil, segundo sua prestação de contas entregues ontem ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
De acordo com a prestação de contas de Giroto, ele recebeu doações dessas empresas:
1 – Cbemi Construtora Brasileira e Mineradora Ltda (R$ 300 mil);
2 – Consegv Planejamento e Obras Ltda (R$ 163 mil);
3 – Conspar Engenharia Ltda (R$ 25 mil);
4 – Construtora Alvorada Ltda (R$ 120 mil);
5 – Construtora Brasil Central Ltda (R$ 100 mil);
6 – Engepar Engenharia e Participações Ltda (R$ 50 mil);
7 – Equipe Engenharia Ltda (R$ 200 mil);
8 – Geoserv Serviços de Geotecnia e Construtora Ltda (R$ 400 mil)
9 – Proteco Construções Ltda (R$ 50 mil)
10 – Serveng Civilsan S.A. Empresas Associadas de Engenharia (R$ 100 mi) e
11 – Sipav Serviço e Recuperação, Pavimentação Ltda (R$ 30 mil)